domingo, 22 de agosto de 2010

Tecnologias digitais na educação

O texto abaixo é um fragmento da entrevista realizada pelo Programa “Salto para o futuro”, com a professora doutora da USP- Vani Kenski. Na entrevista, a professora fala da Educação à distância, formação do professor, integração das mídias ao currículo.

Salto – Para encerrar essa entrevista, o que você diria aos professores que buscam formas de integrar educação e as mídias digitais?

Vani Kenski – O que acho importante é que esse professor não tenha medo de experimentar, antes de mais nada. Que ele procure aprender a usar esses meios, procure conhecer, mergulhar(...) Ele precisa conhecer, ele precisa saber o que é uma rede social, facebook, orkut, todos esses meios, e olhar com um olhar pedagógico para tudo isso, vivenciar todas essas realidades. Olhar o e-mail, msn, como espaços pedagógicos. Olhar seu celular e pensar: "que estratégias eu posso fazer, o que posso articular com os recursos que os alunos têm"? Olhar para sua sala de aula e para o laboratório de informática de suas escolas como espaços pedagógicos infinitos de articulação dele, professor, com seus alunos e com o mundo. Ele precisa mergulhar nessa realidade, viver, curtir, saber porque os alunos curtem tanto, porque os jovens adoram esses espaços, realizar joguinhos que não sejam só o "joguinho de paciência", mas ir além. Ver os desafios, pedir aos alunos que mostrem o que eles curtem, o que eles fazem na internet, e poder aprender com eles, mergulhar.(...) É preciso desenvolver projetos, ainda que pequenos. (...) O próprio Portal do Ministério da Educação tem muitos conteúdos. É saber buscar, propor a busca, trazer esse material, selecionar e poder, então, oferecer, planejar o oferecimento desse material, de maneira que o aluno se sinta feliz, integrado, podendo trabalhar com isso. E é preciso que os alunos vejam aquilo com a naturalidade, que eles acessem a internet e façam todas aquelas coisas, mesmo os que não têm computador em casa, mesmo aqueles que vão para a lan house. O movimento lan house no Brasil tem um crescimento absurdo, nós temos 62 milhões de pessoas usando computador e internet, seja em casa, no trabalho, nos vizinhos, ou em lan house, ou em escolas. Usar o espaço da escola como espaço de inclusão, mas não uma inclusão artificial, uma inclusão dialogada com os seus objetivos de pesquisa. Eu acho que esse professor vai ter muito que crescer, muito que aprender, eu considero que estou permanentemente aprendendo a cada atividade, a cada movimento, a cada curso eu aprendo mais. Os alunos trazem novas realidades, eu pesquiso, faço buscas, estou sempre aprendendo, porque esse é um movimento natural de todos. E é um desafio para todas as áreas, não é só porque somos professores que precisamos estar nesse processo. (...)É preciso garantir que nós possamos estar virtualmente mais próximos dos nossos alunos do que nós estávamos fisicamente, com eles presentes dentro de sala de aula. E, nessa proximidade, todos nós lucramos, todos nós aprendemos, é o que eu posso desejar para todos, que não tenham medo de ousar e de aprender junto.

Leia a entrevista na íntegra em: http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/entrevista.asp?cod_Entrevista=67

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